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O embate entre cultura organizacional e automação de processos

A mera automação de processos não é suficiente se as empresas não estiverem culturalmente preparadas

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Salesforce, 91% das empresas expressam o desejo de automatizar processos de negócios. Essa demanda é especialmente alta nos departamentos de pesquisa e serviços administrativos, onde 39% e 38%, respectivamente, consideram a automação vital para o desenvolvimento do negócio.

Entretanto, a mera automação de processos não é suficiente se as empresas não estiverem culturalmente preparadas para todas as mudanças que podem advir da adoção de soluções tecnológicas. A substituição de funções repetitivas por robôs não implica necessariamente na perda de emprego para os colaboradores, mas sim na oportunidade de utilizar plenamente suas habilidades em posições mais estratégicas.

Apesar do conhecimento generalizado de que a automação de processos traz eficiência, precisão e escalabilidade, a cultura organizacional, que abrange valores, crenças e comportamentos compartilhados, muitas vezes resiste à introdução de mudanças radicais, como a implementação de sistemas automatizados.

Observo muitas empresas que deixam de explicar para suas equipes o que ocorrerá após a automatização de processos, o que gera um sentimento de ameaça ou preocupação em relação à relevância de suas habilidades diante da tecnologia.

Neste cenário, é crucial adotar uma abordagem transparente e comunicativa, esclarecendo como a automação complementará, ao invés de substituir, as capacidades humanas. Essa transparência é o primeiro passo para uma implementação bem-sucedida da automação.

Outro ponto vital é a necessidade de criar uma cultura de inovação. Se a inovação não faz parte do DNA da equipe, é preciso retroceder antes de prosseguir com a automação.

Os colaboradores são fundamentais no processo de automação
Uma pesquisa da consultoria McKinsey revelou que 94% dos executivos seniores concordam que as pessoas e a cultura corporativa são fundamentais para atingir a inovação. No entanto, há diversos obstáculos que impedem essa dinâmica.

Portanto, construir uma cultura organizacional que valorize a inovação e a adaptabilidade é crucial. Os líderes desempenham um papel fundamental ao estimular a criatividade, recompensar iniciativas inovadoras e demonstrar como a automação pode impulsionar a competitividade e o crescimento.

Ao envolver as equipes nas tomadas de decisão e ouvir suas preocupações, as organizações promovem um senso de pertencimento e mostram comprometimento em construir um futuro colaborativo.

Destacar casos de sucesso e benefícios concretos alcançados por meio da automação é outra estratégia importante. Essa abordagem prática valida a decisão de automatizar e cria um ambiente onde os colaboradores podem ver o impacto positivo em suas atividades diárias.

Além disso, é crucial enfatizar a colaboração homem-máquina dentro das empresas. Apresentar a automação como uma aliada permite que os colaboradores se concentrem em tarefas mais complexas, criativas e estratégicas, ressaltando que são as habilidades humanas que fazem toda a diferença nos negócios.

Estamos diante de uma transformação, tanto cultural quanto tecnológica, e não podemos perder a valiosa oportunidade de aprender e lidar com novos desafios, fortalecendo assim a cultura organizacional para enfrentar o futuro.

Fonte: Olhar Digital